“
Quem foi o louco que afirmou que a dança depende da música”
Mary Wigman.
Outra figura que me identifico muito dentro da dança moderna é Mary Wigman.
A dança moderna na Alemanha se desenvolveu principalmente como uma busca por essências que respondessem à grande ansiedade e inquietude características do conceito histórico da I Guerra. A resposta a esses fatos foi um movimento para dentro.
Em algumas coreografias os dançarinos usavam máscaras, recurso que despersonalizava os intérpretes, transformando-os em tipos e emoções universais. Ocultos sob formas ameaçadoras e rígidas o rosto transfere para o corpo todo o potencial emotivo.
Marie Caroline Sofie Wigmann (1886-1973), Mary Wigman, começou na dança pela Escola Rítmica de Dalcroze, que formulou um sistema de ensino segundo o qual a educação auditiva deveria começar por um senso rítmico que é basicamente muscular, estipulou assim que o corpo era o instrumento primordial para assimilação da música. Teria importante repercussão sobre a nascente dança moderna através de seus três princípios:
1. O desenvolvimento do sentido musical passa pelo corpo inteiro. 2. O despertar do instinto motor conscientiza as noções de ordem e equilíbrio. 3. A ampliação da faculdade imaginativa se faz por livre troca e íntima união entre o pensamento e o movimento corporal.
Wigman não se limitou a propagar modelos apreendidos, para ela era necessário construir uma nova arte, então desenvolveu sua própria dança que ficou conhecida como Ausdrucktanz (literalmente, a dança da expressão).
http://www.youtube.com/watch?v=Tp-Z07Yc5oQ&feature=results_main&playnext=1&list=PLFE4C52E13AA70E65
Criou obras solo e de grupo nas quais personagens eram substituídos por tipos universais, genericamente chamados MULHER, MORTE, DOR.
Através de seus gestos ela criava alegorias que funcionavam como ampliações coreográficas da vida.
A dança de Wigman centrava-se na oscilação das emoções humanas, pois tentava sintetizar os pólos opostos da tensão e do relaxamento, da contração e da expansão. Em Evening Dances (Danças Noturnas) Wigman condensava as forças de Deus e do demônio dentro dela própria.
Em busca de uma “arte alemã pura e essencial”, Wigman faz a coreografia de uma época sofrida, quando a Alemanha, recém saída de uma guerra, encaminha-se para outra, motiva-se pelo grotesco e pelo demoníaco, explorando estados emocionais primitivos, expressos em movimentos abstratos que usavam o corpo inteiro dos intérpretes
“Apenas pela dança eu posso falar adequadamente das coisas maiores.”
MARTHA GRAHAM/MARY WIGMAN,anos 50